NO ALTO DA LIBERDADE.
A “Pedra do Cruzeiro”, fica localizada na comunidade de Alto LIberdade – Marilândia, a cerca de trinta quilômetros de Colatina. Em 1928 começaram a chegar as primeiras famílias que povoaram um pequeno lugarejo aos pés de uma grande pedra. Essas famílias formaram a comunidade de Alto Liberdade e os primeiros moradores foram Natal Tozatto, Arcanjo Magnago, Francisco Bertoldi, João Morozine, Luiz Lorencini, Ângelo Gabriel e outros.
Natal Tozatto pode ser considerado o patrocinador do espetáculo de fé cristã que se desenrola em Alto Liberdade. Foi ele o descobridor do consagrado caminho para o CRUZEIRO. Ele nasceu no dia 25 de dezembro, e é descendente de italianos, pois seu pai imigrou de Veneza. Natural de Alfredo Chaves, aos oitenta e cinco anos de idade Natal Tozzato ainda trabalhava na lavoura para auto sustentar-se e a sua mulher, Terezinha Grassi Tozatto, com quem teve 11 filhos, que deram 56 netos e 17 bisnetos.
Natal Tozatto queria descobrir o caminho ao cume da pedra durante suas caçadas, pois isso lhe renderia mais em espécimes abatidas. Até que no dia 21 de novembro de 1932, acompanhado do filho José, conseguiu realizar seu sonho e suas previsões: matou dois porcos do mato, duas jacutingas e vários pássaros de pequeno porte. Era dia de Nossa Senhora da Saúde e, por isso, talvez, deixou de enfrentar uma das especialidades do local: “a onça”.
Porém, somente 11 anos depois, despertou no povo o real valor do lugar. Assim, em 1943 a comunidade se reuniu e com a benção e direção de Pe. João Batista Alves, decidiram encravar uma cruz em seu pico. Para isso, um caminho mais espaçoso e seguro foi aberto pelos moradores com o uso de machados, facões, enxadões e outras ferramentas manuais para que os mesmos pudessem subir com mais facilidade, pois tinham que carregar nas costas, todos os instrumentos de trabalho e os materiais para a construção dessa cruz, além de comida e água.
PRIMEIRA CRUZ: Foi encravada no pico da montanha a primeira cruz, confeccionada em madeira lavrada de macanaíba, com um total de 10 metros de altura, sendo inaugurado em 11 de julho de 1943. Nesse dia as pessoas da comunidade e de outras saíram da Igreja de Alto Liberdade às 7hs da manhã em procissão até o local entoando hinos e rezando o terço. Assim, a pedra passou a ser chamada de “CRUZEIRO” e tornou-se um símbolo de fé para os moradores, diariamente pessoas subiam pelas picadas a fim de chegar aos pés da cruz para pagar suas promessas. Quando o sol castigava as lavouras as pessoas rezavam aos seus pés pedindo chuva.
A partir desse ano celebra-se no alto da pedra do Cruzeiro aos pés da Cruz a Santa Missa ou Celebração Litúrgica aproximando-se do dia 3 de maio, talvez por intenção ou coincidência, nesse exato dia comemora-se a Invenção de Santa Cruz, a data regista a descoberta da Cruz de Cristo, a Vera Cruz, em 326, por Santa Helena.
Nesse tempo, havia água sobre a pedra, mas juntamente a um inexplicável incêndio que destruiu a primeira Cruz, a água também desapareceu.
SEGUNDA CRUZ: Através da fé e do esforço do povo, em 1947 ergueu-se a segunda Cruz, também em madeira com 10 metros de altura, mas seu fim definitivo se deu após poucos anos, após um raio atingi-la e derruba-la.
TERCEIRA CRUZ: Sempre com muita fé e uma devoção fervorosa do povo, novamente ergueu-se no alto da pedra em 1952, uma terceira Cruz, construída em Ferro, essa com 11 metros de altura, feita por Luis Bonna, Lauterio Carlos Lorencini (Téio) e Benjamim Borsaneli, sob a direção e bênçãos do Cônego João Guilherme Koltgem. Para facilitar os trabalhos e para ser levado para o alto da pedra com mais facilidade, a cruz foi construída através de peças, desmontada, carregada peça a peça para cima pelo povo e novamente montada no chão e depois erguida.
Entretanto, no alto do Cruzeiro existe forte influência de umidade e maresia, proveniente de ventos advindos do mar, e isso acabou por consumir a Cruz de ferro com muita facilidade. Quando começou aparecer o primeiro sinal da ferrugem, o povo tentou recuperá-la, lixaram-na toda e novamente a pintaram, mas nada adiantou, pois, a ferrugem veio novamente impossibilitando sua recuperação. Sendo assim, com o fim da Cruz de ferro ouve a necessidade de construção de uma nova Cruz, mais resistente, uma Cruz de cimento.
QUARTA CRUZ: Uma quarta Cruz foi construída, confeccionada de cimento armado com 13 metros de altura, sob a direção e bênçãos do Pe. José de Souza Brasil, pároco e engenheiro da obra. Os materiais para sua construção foram levados para o alto da pedra nas costas dos devotos. No início dos trabalhos para a construção foram realizadas a limpeza do local, abertura de buracos para sua fundação, quebra de pedras a fim de fazer britas, etc. Durante os trabalhos para fazer britas, aconteceu um fato muito interessante: Vergílio Drago e Adelmo Zanoni, acharam umidade numa fresta em uma pedra há uns duzentos metros de onde seria feita a Cruz. Diante desse fato, ficaram curiosos e cavaram neste lugar, já que não havia água no alto da pedra, sendo esse um grande problema para os trabalhadores, pois eles tinham que carregar a água utilizada na construção de baixo. Cavaram, não achando nada e já estando tarde, foram embora. Mas ao voltarem no alto da pedra num outro dia de trabalho, encontraram o buraco feito anteriormente cheio de água, água limpa e pura. Logo encanaram a água para uma caixa, e esta água foi usada na construção do cruzeiro.
Milagre? A recompensa divina pelo esforço? Para a maioria, pelo menos, até hoje ninguém conseguiu provar o contrário.
O aparecimento da água foi como uma ajuda divina para a construção. Os trabalhadores já estavam desanimados e abatidos pelos obstáculos, mas o surgimento da água a quase mil metros de altitude na pedra serviu como um sinal, a ajuda divina que reanimou os trabalhadores e devotos.
A quarta Cruz foi inaugurada no ano de 1959. O Padre José de Souza Brasil, que foi um dos Párocos que mais se dedicou para as construções no cruzeiro, viajou para a Itália após o término da construção e ficou por lá 14 anos, mas nunca esqueceu do Cruzeiro de Alto Liberdade.
Ao voltar para o Brasil, em sua primeira visita na comunidade de Alto Liberdade, deu a ideia de construir uma escadaria até o alto da pedra, e o povo gostou.
ESCADARIA: Para dar início às obras, foi construída uma estrada a máquina até onde foi possível, mas para chegar no pé da cruz ainda faltavam dois mil metros de estrada onde a máquina não podia entrar. Então, em 08 de agosto de 1983 começou a construção dos degraus, que durou cerca de quatro anos. A escadaria foi construída pela comunidade local com grande ajuda de todas as comunidades vizinhas.
Do começo até uma gruta que fica no pé da pedra, a escadaria foi feita de pedra bruta e colada com cimento, assim foram feitos 1500 degraus. A partir da gruta a construção se tornou mais difícil, pois a subida se tornou mais inclinada e foi preciso usar taipas e até andaimes em certos lugares, e assim foram construídos 666 degraus, perfazendo um total de 2166 degraus. É esse o número de degraus que a escadaria possui. A escadaria foi inaugurada em 19 de setembro de 1987.
Pouco tempo após o término da construção da escadaria começou um novo trabalho, a reforma da Cruz. Os andaimes já estavam prontos e a pintura já ia ser começada, mas na noite de 27 de novembro de 1988, um forte temporal balançou os andaimes, a cruz não aguentou o peso dos andaimes e a força do vento a derrubou. Na manhã seguinte, quando o povo olhou para cima e não viu o cruzeiro de braços abertos, foi uma tristeza muito grande, algumas pessoas ao verem o cruzeiro estendido choraram, pois ele tinha um significado muito forte. Esse cruzeiro durou 29 anos.
QUINTA CRUZ: Contudo, o desanimo não poderia vencer a fé. Pe. José de Souza Brasil diante da tristeza que amargava o povo disse: “caiu a Cruz, mas não caiu a fé do Povo”. Sendo assim, iniciou-se a construção da quinta Cruz, essa com mais cimento, vergalhões mais grossos, tirantes para sustentação e, representando talvez um sentimento de superação e fé, com 13,30 metros de altura.
O povo de Alto Liberdade contou com a ajuda de todas as comunidades vizinhas e da prefeitura de Marilândia para realizar a obra.
Foram levados até no pé da cruz 330 latões de areia, todos nas costas dos trabalhadores, alguns homens levavam até dois latões de areia por viagem. Oitenta varões foram utilizados, alguns com doze metros de comprimento dificultando ainda mais o transporte, e muito cimento. Alguns subiam os 2166 degraus com um saco de cimento nas costas. Só não precisaram carregar para cima as britas, pois elas eram feitas lá mesmo (Foram utilizados 320 latões de britas).
O Cruzeiro não ficou muito tempo sem a sua já consagrada e admirável Cruz em seu pico, pois ela já faz parte da comunidade. No dia 3 de maio de 1989 foi inaugurado o novo Cruzeiro.
Desde 1943 o cruzeiro foi transformado num local de oração e de fé, e nunca em seu pico faltará o símbolo sagrado que é a cruz, o símbolo que passou a fazer parte da história da comunidade.
Já foram construídos cinco cruzeiros. Um o fogo queimou, outro o raio destruiu, outro a ferrugem o corroeu, e ainda outro, o vento o derrubou. Não se sabe quando será o fim do quinto cruzeiro, mas sabe-se que o alto da pedra nunca ficará sem uma cruz, pois a cada cruz destruída virá outra no lugar, e cada cruz nova será feita mais forte, maior e mais bonita. Como dizia nosso saudoso Pe. Jose de Souza Brasil: “não caiu a fé do povo”.
Os trabalhos para a construção foram difíceis, mas foram feitos com muita alegria e satisfação, e os que trabalharam na obra dizem que nunca esquecerão desta época.
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